Conta-se que o nome da dama era Elena. Viveu na Inglaterra no século XVIII, e foi esposa de um marquês. Este, embora um homem íntegro, não era o ideal que ela procurava. De fato, o marquês passava mais tempo com seus amigos políticos e com suas amantes do que com a esposa, e isso a deixava muito entediada.
Em contrapartida, ele cedia a todos os caprichos dela. Dava-lhe tudo o que pedia: os melhores vestidos, as joias mais caras, um pedaço de terra murada para plantar o jardim grotesco de plantas exóticas que ela garantira ao marido que o jardineiro não saberia cuidar, por isso ela própria cuidava… Deu-lhe até um valete! Este não era um luxo comum às damas. Geralmente os valetes só serviam aos senhores. A não ser que se castrasse o valete. Mas, por alguma razão incompreensível, o marquês não estava preocupado.
O moço fora escolhido a dedo. Thomas era jovem e agradável, e apesar do que ela tenha feito parecer, não era um mero acaso ele ser um jovem atraente.
Um dia, Elena, entediada e frustrada com uma ausência inesperada do marido, que partira em viagem à Escócia, dispensou todas as criadas. Apenas Thomas permaneceu em serviço. Ela esperou até que fosse noite alta, e todos na casa fossem envolvidos pelo sono mais profundo, para chamar o valete ao seu quarto.
Mesmo numa época em que a hipocrisia oferecia um delicioso espetáculo à sociedade moralista, uma mulher se servir do valete como um homem se serve de uma meretriz era um escândalo ao qual nenhum mortal poderia sobreviver. Mas Elena não era qualquer mortal.
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