A garotinha de longos cabelos cacheados e corpo esguio me fazia lembrar de alguém, mas eu estava sob o efeito de tantos remédios que provavelmente era mais uma alucinação. Não podia ser uma de minhas filhas, pois já estavam crescidas, muito menos uma de minhas netas, elas moravam longe demais para me visitarem.
Seus olhos cor de avelã passeavam pelo meu corpo estirado na maca, e seus dedinhos suaves tocavam devagar nos meus pés cobertos com o lençol. Me apoiei nos cotovelos para vê-la de perto, dando um grito agudo quando senti que beliscava meu dedinho. Ela sorriu, mostrando sua total falta de arrependimento. Para uma alucinação ela era bem convincente.
- Quem é você? - perguntei receosa. E se algum enfermeiro me ouvisse? Já bastavam os remédios pra pressão e diabetes, eu não queria acrescentar nenhum tarja preta a eles.
- Você não sabe?
A garotinha respondeu bem malcriada e eu observei seu rosto mais de perto. Parecia... familiar?
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