Lorena já havia desenhado mais de cem corações na folha de caderno. Seus pensamentos estavam distantes, em um lugar acolhedor onde ela podia ser ela mesma com a única pessoa que queria estar naquele momento. O único som que ouvia era o tic tac do relógio de parede na sala de aula. Estava contando os segundos para dar logo meio-dia e poder sair daquele lugar. No meio daqueles quarenta alunos agora sentia-se sufocada, sentia algo lhe apertando dentro do peito, algo do qual precisava extrapolar para conseguir respirar de novo.
Lembrara-se da amiga e do dia anterior. Ela havia dito que a amava? Não se lembrava, mas se não tivesse dito precisava dizer, precisava colocar para fora o que sentia, ao menos para a responsável por aqueles sentimentos. E se já tivesse dito faria questão de repetir mais um milhão de vezes para ter certeza que sua amada não se esqueceria.
Pensara em sair correndo dali assim que a aula acabasse e ir direto para a casa da outra. Precisavam conversar, precisa saber se aquilo havia sido algo sério ou apenas curiosidade das duas. Para ela era sério, ela sentia isso. Mas, e Ashley?
Três, dois, um. Finalmente os ponteiros do relógio se encontraram e poucos segundos depois a campainha disparou. A maioria dos alunos se levantou e saiu em disparada pela porta da sala de aula. Era o que ela pretendia fazer – antes. Mas havia pensado melhor. Aquele era um dia quente e sair correndo dali não era uma boa ideia. Chegaria na casa de Ashley toda suada e pegaria a amiga tomando banho ou se preparando para almoçar. Amaldiçoava agora o dia em que a mãe da amiga a botara em uma escola particular. As duas estudavam no mesmo período, porém lá estava ela na velha escola pública de sempre. Naquele exato momento elas deveriam estar juntas, mais do que nunca.
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