As gotículas de água escorregavam pela madeira das árvores em volta do banco na praça.
Um homem velho com a face marcada por rugas profundas de uma vida longa e cansativa assistia os pássaros dançarem a dança do vento junto as folhas tamborilando no ar. Um sorriso tênue marcava seu rosto, e um quê de ansiedade cintilava uma pálida luz em seus olhos. Repousou a cabeça levemente no apoio do banco, satisfeito. Suas mãos suavam e seu peito doía como se espinhos despontassem de dentro para fora de sua carne velha.
Então seu coração falhou por um instante e sua face congelou em uma expressão de susto, com os lábios secos levemente entreabertos. Os pássaros pararam no ar e as folhas caíram mortas no chão, as gotas da chuva se recusaram a tocar o solo, formando uma cortina de água paralisada em uma brisa morta.
A Vida, sentada na grama amarelada ao lado de uma árvore próxima, arregalou os olhos para a Morte, em pé ao seu lado. Os cabelos dourados da Vida giraram com o movimento da sua cabeça, flutuando no ar como se estivesse embaixo da água.
- Por que você não o tomou? – Sua voz doce soou fraca e assustada, estendeu a mão para tocar a Morte, mas parou o gesto quando notou o velho homem movendo o rosto em direção as duas, mesmo com todo o mundo paralisado a sua volta. Havia medo em seus olhos.
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