Cláudio entrou nos Correios e, com aquele movimento manco característico que rendera tantas piadas em sua infância, se dirigiu ao guichê. É dezembro e estamos perto do Natal. Nessa época do ano, crianças pobres, carentes e com aleijos em geral mandam cartas para o "papai noel" da instituição. Pra falar a verdade, não tem papai noel nenhum. São apenas pessoas que passam o ano inteiro fazendo coisas questionáveis e, para tentar se livrar da consciência pesada, dão presentes baratos para crianças necessitadas. O comércio da culpa é incrível, apesar de subestimado. Cláudio viu toda aquela comoção no jornal local e sentiu que precisava fazer alguma coisa. Ele adotou uma cartinha que dizia, com letras cheias de garranchos e nenhuma pontuação aparente, "Noel eu sou surdo e meu pai não pode comprar um presente eu
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